Tuesday, August 08, 2006

Palavras

Não sei das palavras que devia usar à linha d'água. Perdi-as num sítio qualquer, longe da lógica onde pertenciam.
Não as encontro, as certas, sei que vagueiam algures entre as que penso e as que acabo por encaixar no que escrevo, tudo o resto pertence à lentidão constante da dúvida.
Gostava de as ter de volta, do lado de fora, no sítio certo, nos seus momentos mais oportunos, e não que se andassem a atropelar, desencadeando numa idiotice infatil.

As palavras.
As que se alinham antes de serem ditas, revelam-me pensametos coerentes, ideias ordenadas, raciocinios simples e directos, mas o canal da fala transforma tudo isto em descontrolados sabores indesejados, composições de comunicação obsuleta, punhais sob a forma de som direcionados ao peito, maçãs de veneno trancritas à letra.

Descontrolam-se sempre nas horas erradas. Nas horas do sono, quando à pressa querem solucionar o que os actos deixaram. Num pior que tudo de um timing desastroso.


Tenho o dom natural para desencadear o caos. Falo mal de toda a gente numa critica desenfreada, e olho demais para dentro do que julgo ser.
No fundo eu sei,
No fundo... tenho medo.