Monday, July 17, 2006

Demónio Interior

Estou viciado em sangue.
Sangue do chão, pingado e decadente, deixado aos restos sinistros da imaginação mórbida de um qualquer diambulante nocturno.
Estou viciado em sangue.
No seu sabor férreo e doce que tão bem conheço e identifico, quando um corte obriga à injestão inocente desse vermelho escuro.



Seiva despertina inspiradora de horrores.
Com ele selei um pacto, não com a morte, não com a vida. Um pacto... nada mais que uma jura de sangue na longinqua infância. Um pacto de uma ferida aberta causada pela correria farta atrás de uma bola. Um pacto de uma estúpida história de pancadaria embriagada nas horas da madrugada. Um pacto com o acidente que obriga toda a gente parar para ver um pouco deste mesmo líquido, que atrasa o tráfego, numa procura sádica e primitiva de um breve avistamento de carnificina.

Como tu, também eu estou viciado em sangue.

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